O primeiro movimento de brasileiros para conquistar a Independência de Portugal nasceu na cidade de Vila Rica (hoje Outro Preto, Minas Gerais).
Desde 1740, a Coroa portuguesa vinha cobrando um imposto de 100 arrobas (o equivalente a 1 tonelada e meia) de ouro por ano de Minas Gerais.
Mesmo quando a produção de ouro começou a diminuir, o imposto continuou igual. A diferença teria que sair do bolso dos cidadãos. Isso revoltou a elite de Minas Gerais. No início de 1789, o governador do Estado, visconde de Barbacena, anunciou a derrama, que permitia a cobrança das 100 arrobas ainda que a Colônia não atingisse esse patamar. Portugal precisava do ouro para pagar suas dívidas com a Inglaterra.
Foi esse o momento escolhido pelos líderes da Inconfidência Mineira para a eclosão de uma grande revolta. Inspirados pela Revolução Francesa, eles defendiam: a independência do Brasil e a instalação da República; o retorno das atividades manufatureiras, proibidas desde 1785; a fundação de uma universidade em Vila Rica, e a instituição de uma nova bandeira.
O plano fracassou porque um de seus integrantes, Joaquim Silvério dos Reis, coronel do Exército português, delatou os companheiros. Silvério ganhou uma recompensa, teve suas dívidas perdoadas, recebeu um título de fidalgo e uma casa luxuosa.
Tiradentes foi preso quando estava em viagem para o Rio de Janeiro. No dia 19 de abril de 1792, os oficiais de Justiça entraram na prisão com a sentença. Pela primeira vez desde a prisão dele os inconfidentes voltaram a se reunir. A sentença, que levou 18 horas para ser escrita, demorou 2 horas para ser lida. Após a leitura, houve muito choro. Os conspiradores jogaram a culpa em Tiradentes, que resolveu assumir a responsabilidade. No dia seguinte, todas as penas foram comutadas em degredo na África, menos uma. A Coroa fazia questão de enforcar ao menos 1 dos conspiradores para que servisse de exemplo. Dos 11 condenados à forca, Tiradentes foi o único cuja sentença se confirmou. Os outros (fazendeiros, mineiros e sacerdotes) acabaram expulsos do país e tiveram seus bens confiscados. Em meio à alegria dos outros, Tiradentes teria dito ao seu confessor, o frei Raimundo de Penaforte: "Dez vidas eu daria se tivesse, para salvar as deles".
Liberdade ainda que tardia:
A bandeira usada pelo movimento da Inconfidência Mineira é a mesma usada hoje pelo Estado de Minas Gerais. Só que o triângulo, em vez de ser vermelho, era verde. O lema Libertas quae sera tamen significa Liberdade ainda que tardia.
A senha dos inconfidentes era "hoje é dia de batizado".
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