O nascer para o além...

A lição deste dia é que não é um dia de celebração pela morte, mas a celebração da vida eterna das pessoas que já partiram....

E mais: não devemos nos lembrar apenas dos que nos são queridos, mas também orar pelos que, após a morte, permanecem esquecidos.

Orar pelos que mortos estão ou se sentem, mesmo tendo vida correndo pelas veias.

Dia de saudade, sim. Mas também de oportunidade para celebrar uma vida cristã, de comunhão com Deus. E isso será eterno.

Por isso eu escolhi um texto do Padre Juca, numa adaptação de Sandra Zilio...

Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.

Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
Essa gente empurrando a vida.
Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.

E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los.
De retroceder no tempo e segurar a vida.
Ausência: - porque não há formas para se tocar.
Presença: - porque se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável.
Essa saudade machucando o coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez.
Esse céu azul e misterioso.

Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram para o além deixando este vazio inconsolável.
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos.

Sentimos, quando mergulhados em oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir.
Essa vontade de rever aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias.
Essa prece que diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...

E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir.
Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós.
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade.
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!

Texto: Padre Juca
Adaptação: Sandra Zilio
Share on Google Plus

About Alexandre Ferreira

Blog do comunicador Alexandre Ferreira - Jornalista, Radialista e Professor Universitário.

1 comentários:

Marilda Ferreira disse...

Aqui está tudo o que sinto,não só hoje mas em todos os dias de minha vida.Perdi minha maezinha em 96 e em 97 o meu papai.Apesar de todos esses anos ainda fico triste com essa saudade.Uma vez eu li que só viramos adultos quando perdemos nossos pais,e é verdade...Felizes são os que ainda os tem,procurem valorizar todos os momentos, pois a perda dói demais,só em não poder ouvir as vozes dos nossos queridos pais...é uma dor sem explicação.

Marilda Pacheco Ferreira - Macaé -RJ