Catulo da Paixão Cearense: homenagem!

Em 10 de maio de 1946, o Brasil perdia um dos mais importantes nomes da cultura nacional: Catulo da Paixão Cearense.

Considerado o “Poeta popular do Brasil”, Catulo da Paixão Cearense nasceu no Maranhão, em 1863.
Aos 10 anos foi com a família para o Ceará, aos 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou com o relojoeiro. Associado ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, da Livraria do Povo, Catulo passou a editar em folhetos de cordel o repertório de modinhas da época. Na música, teve como parceiros Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Francisco Braga e outros. O hino do sertanejo brasileiro, Luar do Sertão, é de autoria de Catulo da Paixão Cearense, composta em 1908, em parceria com João Pernambuco. Catulo morreu pobre e teve o corpo embalsamado. O poeta era tão querido, que seu enterro mobilizou milhares de pessoas. Em depoimento para a História da MPB da Editora Abril, Carlos Maul, amigo de Catulo, contou: "A banda do Corpo de Bombeiros ia tocando a Marcha Fúnebre e atrás da carreta com o corpo ia a massa popular. Quando o corpo chegou ao Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, havia milhares de pessoas. Os discursos de personalidades fizeram com que a cerimônia entrasse pela noite. Uma lua imensa começou a luzir no céu e, espontaneamente, o tenor Alfonso Tirado começou a cantarolar Luar do Sertão. Em pouco milhares de vozes dominavam a noite".

Ouça o Padre Fábio de Melo cantando Luar do Sertão, em show realizado no Retiro de Cura e Libertação, na Canção Nova, em Março/2008.



Agora veja Bibi Ferreira e a mesma canção. A gravação é do programa Som Brasil, da Rede Globo, apresentado por Lima Duarte, em 1984.



Luar do sertão
Catulo da Paixao Cearense / João Pernambuco

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...
Oh que saudade do luar da minha tema
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Se a lua nasce por delas da verde mata
Mais porem um sol de prata prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia
A nos nascer do coração
Se Deus me ouvisse
Com amor e caridade
Me faria essa vontade
O ideal do coração:
Era que a morte
A descontar me surpreendesse
E eu morresse numa noite
De luar do meu sertão
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About Alexandre Ferreira

Blog do comunicador Alexandre Ferreira - Jornalista, Radialista e Professor Universitário.

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