O Anjo do Natal!

Faltavam alguns dias para o Natal em Hamilton, Indiana. Kari, de dez anos, fora com sua irmãzinha, Amy, e sua mãe dar uma saída, e agora estavam comprando algumas coisas no armazém. Kari estava um pouco cansada. Preferia ter ficado em casa, mas sua mãe precisava dela, para ajudar a tomar conta de Amy.

Finalmente, colocaram os artigos sobre o balcão da caixa. Kari olhou em volta, destraidamente, e então percebeu um pote de plástico de maionese em uma prateleira ao lado da caixa. Havia uma imagem de uma menina colada no pote, e abaixo os seguintes dizeres: BETH TEM CÂNCER, PRECISA DESESPERADAMENTE DE DOAÇÕES PARA UM TRANSPLANTE DE MEDULA.

Ora, Kari deu-se conta, ela conhecia Beth. Beth estava mais adiantada do que ela na escola. Mas Kari não sabia que a colega estava doente.
- Olha, mamãe. - Kari apontou para o pote vazio.
A mãe leu o aviso e seus olhos encheram-se de lágrimas.
- Pobre família... devem estar muito preocupados. - Murmurou.
- Será que podemos dar algum dinheiro? - Perguntou Kari.
Então lembrou-se, consternada, como o orçamento de sua própria família era reduzido. Sua mãe não podia dispor de nada, especialmente agora, na semana anterior ao Natal.
Mas a mãe acabara de receber várias notas de troco. Contemplou o dinheiro por um instante e então colocou tudo no pote.
- Isto é tudo que tenho, disse tristemente. Gostaria que fosse mais.

Kari sabia que a doação constituía um verdadeiro sacrifício. Caminhando para o carro, ela sentiu as lágrimas assomarem aos olhos. Estava orgulhosa do que a mãe fizera.

A mãe ligou o motor e saiu do estacionamento, pegando uma rodovia às escuras; Kari fechou os olhos com força e rezou por Beth. Como seria ter câncer e sentir medo?
Então Kari ouviu algo bater no pára-brisa. Parecia uma pedra.
- Olha aquilo! - sua mãe gritou.
Kari arregalou os olhos. Uma pequena bola de luz, de um azul prateado reluzente, estava quicando na parte externa da janela da frente. Então, inacreditavelmente, ela estava dentro do carro, cintilando e brilhando, cada vez mais, envolvendo-as em um casulo brilhante.

Kari estava atônita. A luz não podia vir do lado de fora, percebeu; o carro delas era o único na estrada, e não havia postes de luz no caminho; nem mesmo luzes de enfeite de Natal. Além disso, a bola brilhava demais para ser apenas um reflexo.
Assombrada, Kari observou a bola. Era deslumbrante, radiosa, embora de alguma maneira também jubilosa, como se ... como se estivesse dançando. E seria o esboço de uma figura no centro? Kari não tinha certeza.

Ela olhou para fora e percebeu que toda a região que estavam percorrendo parecia iluminada. Ela olhou para Amy. Os olhos da menina estavam arregalados, maravilhados.
Tão repentinamente como a luz aparecera, ela desapareceu, e o interior do carro voltou à completa escuridão. A essa altura a mãe de Kari já havia estacionado no acostamento e virou-se para a menina.
- Você parece tão chocada quanto eu. O que você viu?
- Uma bola de luz! E veio para dentro do carro! - Exclamou Kari - Mãe o que era aquilo?
- Não sei . Respondeu a mãe lenta e pensativamente. Talvez fosse um anjo de Natal, trazendo-nos uma mensagem de esperança para Beth, ou agradecendo-nos por dar nosso dinheiro a ela...
Kari refletiu um pouco.
- Os anjos fazem isto? Trazem boas-novas para pessoas comuns como nós?
- Eles fizeram isto no primeiro Natal . - Lembrou a mãe, sorrindo. - Porque não fariam agora?
A estranha luz não voltou a brilhar. Mas aquele Natal foi o melhor que a família de Kari já tivera. Embora não tivessem muito dinheiro, sentiam-se extremamente abençoados, como se o júbilo da centelha ricocheteante ainda estivesse no meio deles.
E quando as férias chegaram ao fim Kari recebeu outro presente.
- Como está Beth? - Perguntou a uma amiga no primeiro dia de aula.
- Ah, Beth fez um transplante e conseguiu voltar para a escola hoje. - Respondeu a amiga.
Kari ficou surpresa e feliz. Sabia que nem todas as pessoas enfermas se recuperam, sobretudo tão rápido. Às vezes coisas assim levam tempo, pois o plano de Deus não era igual para todos. Entretanto, quaisquer que fossem os resultados, Deus sempre queria que Seus filhos cuidassem uns dos outros e oferecessem seu auxílio, mesmo se isto não fosse fácil, mesmo se exigisse tempo ou dinheiro. Esta era a melhor maneira de tornar a terra mais parecida com o céu, de tornar cada dia semelhante ao natal.
Um anjo de Luz havia contado isto a Kari.
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About Alexandre Ferreira

Blog do comunicador Alexandre Ferreira - Jornalista, Radialista e Professor Universitário.

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